segunda-feira, 14 de junho de 2010

As notícias de minha morte foram muito exageradas

Ou: a Internet poderia ser mais responsável ao informar.
Estava eu assustada com duas notícias das quais eu não sabia quase nenhum detalhe. Ouvi alguma coisa no rádio, alguma coisa nas ruas, e, quando fui procurar na Internet, encontrei pouco mais do que opiniões revoltadas. Aí conversei com uma colega que lê jornal. (Lembram disso? É aquela publicação de folhas grandes e fininhas, difícil de segurar, com tinta que solta e suja os dedos.) Pois bem, a tal colega me disse que leu o seguinte: a Rio Branco só vai fechar num trecho pequeno, depois da Biblioteca, se ela não se engana. Ela não lembra direito, mas sabe que não vão fechar a avenida inteira, nem mesmo a metade. É ruim? Claro, qualquer trecho fechado da Rio Branco vai causar grande confusão se não se planejar direitinho como contornar ele, e como ficam os comerciantes que estão por ali, mas não vejo necessidade de todos ficarem desesperados.
Outra coisa foi a obra no elevado da Perimetral. De acordo com essa mesma colega, bem informadíssima, não vão derrubar o viaduto todo, só aquela subidinha que tem ali perto do CCBB, que ajuda a gente a chegar da Primeiro de Março ao Aterro do Flamengo. Ruim também, mas nem de longe tão apavorante quanto o que estavam falando, que era a destruição do viaduto todo.
A Lucia Hippolito, da rádio CBN, sempre diz que a falta de informação é a mãe do pânico. Talvez não com essas palavras, mas ela está corretíssima quando cobra das autoridades a divulgação das definições que vão afetar o povo. Precisamos cobrar isso da imprensa digital também, não é? Com grande poder, vem grande responsabilidade - conforme bem sabe o Peter Parker... O poder da Internet é enorme, por ser um universo absolutamente livre, onde todos podem expressar sua opinião sem medo de censura. Mas vamos tentar usar a liberdade com sabedoria, por favor. Vamos dar opinião, mas vamos informar também. Nada contra o jornal impresso, não me entendam mal. Mas ele não deveria, nessa altura do Século XXI, ser o único meio de comunicação que realmente informa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Chega de Lei Seca!

Minha questão é a seguinte: existia um limite para concentração de álcool no sangue que deixava a gente beber uma taça de vinho, ou uns dois chopps, só que ninguém fiscalizava. Aí, algum sem graça - que imagino que seja abstêmio, só pode - resolveu não só que ia passar a fiscalizar mas que também ia baixar o limite para zero. Ou quase zero, sei lá, não me importa, só sei que nem uma tacinha de vinho se pode tomar agora. Resultado: os otários como eu que têm mania de seguir a lei perderam a liberdade de tomar um copinho de qualquer coisa no restaurante ou no bar. Os fora-da-lei continuam bebendo - tanto que a Lei Seca conseguiu pegar não-sei-quantos-MIL motoristas alcoolizados no ano passado. (Ouvi um número no rádio, mas não gravei. Tentei achar na Internet, mas não encontrei, por isso fica o "não-sei-quantos", mas era mais de mil.)
Uma amiga, defendendo que Lei Seca funcionava, me disse que uma amiga dela parou de beber quando saía de carro com o grupo. Aí eu perguntei: "Ela era imprudente no trânsito quando bebia? Causou algum dia algum acidente por estar alcoolizada?" e ela me respondeu, "Não, nunca bateu com o carro e sempre ia e voltava dirigindo." Ou seja, quem parou de beber foi quem já seguia a lei, já se preocupava em beber pouco, tomava aquele café básico antes de ir embora, dirigia com cuidado, e coisas assim.
Quem está feliz? Os taxistas! Os táxis aumentaram seu faturamento em 30%, olha que beleza! E eu pago uma garrafa de vinho a mais para ir e voltar de casa para o restaurante mais próximo onde tem bons vinhos. Não é o máximo? Posso beber em casa, também, olha que programa legal! Mas só posso beber na minha casa, porque entre a minha e as dos meus amigos tem blitz.
Aí eu me comporto direitinho, gasto um dinheirinho a mais com táxi, porque, afinal, o prazer de apreciar um bom vinho não tem preço, e aí, quando estou voltando para casa, o que acontece? Pego um delicioso engarrafamento por causa de uma blitz!
O máximo, não é? Mas, chega.