segunda-feira, 7 de junho de 2010

Chega de Lei Seca!

Minha questão é a seguinte: existia um limite para concentração de álcool no sangue que deixava a gente beber uma taça de vinho, ou uns dois chopps, só que ninguém fiscalizava. Aí, algum sem graça - que imagino que seja abstêmio, só pode - resolveu não só que ia passar a fiscalizar mas que também ia baixar o limite para zero. Ou quase zero, sei lá, não me importa, só sei que nem uma tacinha de vinho se pode tomar agora. Resultado: os otários como eu que têm mania de seguir a lei perderam a liberdade de tomar um copinho de qualquer coisa no restaurante ou no bar. Os fora-da-lei continuam bebendo - tanto que a Lei Seca conseguiu pegar não-sei-quantos-MIL motoristas alcoolizados no ano passado. (Ouvi um número no rádio, mas não gravei. Tentei achar na Internet, mas não encontrei, por isso fica o "não-sei-quantos", mas era mais de mil.)
Uma amiga, defendendo que Lei Seca funcionava, me disse que uma amiga dela parou de beber quando saía de carro com o grupo. Aí eu perguntei: "Ela era imprudente no trânsito quando bebia? Causou algum dia algum acidente por estar alcoolizada?" e ela me respondeu, "Não, nunca bateu com o carro e sempre ia e voltava dirigindo." Ou seja, quem parou de beber foi quem já seguia a lei, já se preocupava em beber pouco, tomava aquele café básico antes de ir embora, dirigia com cuidado, e coisas assim.
Quem está feliz? Os taxistas! Os táxis aumentaram seu faturamento em 30%, olha que beleza! E eu pago uma garrafa de vinho a mais para ir e voltar de casa para o restaurante mais próximo onde tem bons vinhos. Não é o máximo? Posso beber em casa, também, olha que programa legal! Mas só posso beber na minha casa, porque entre a minha e as dos meus amigos tem blitz.
Aí eu me comporto direitinho, gasto um dinheirinho a mais com táxi, porque, afinal, o prazer de apreciar um bom vinho não tem preço, e aí, quando estou voltando para casa, o que acontece? Pego um delicioso engarrafamento por causa de uma blitz!
O máximo, não é? Mas, chega.

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