domingo, 29 de agosto de 2010

Assim como são as pessoas são as criaturas - parte 3 - táxi

Eu não gosto de andar de táxi. Estar em um ambiente onde um total estranho comanda a estação e o volume do rádio, a direção e a intensidade do ar condicionado e a abertura dos vidros me incomoda bastante. Motorista de táxi é que nem vendedor de loja: precisa ter o dom de lidar com o público, e raramente passa por um treinamento formal na arte de agradar. Os de cooperativa são melhores, não sei se recebem orientação ou se passam por alguma prova ou processo de recrutamento, mas normalmente são mais simpáticos, educados e hábeis em nos deixar à vontade.
Tinha um rapaz que volta e meia me levava de volta para a empresa depois de uma reunião com um cliente específico. Ele era uma mala! Reclamava de tudo e de todos. Até que um dia ele confessou que não gostava de ser taxista - aí entendi por que ele era tão azedo. Só que ele veio com um papo de não ter opção por não ter estudado. Não aguentei... Perguntei a ele o que ele estava fazendo para mudar essa situação. É claro que ele não estava fazendo nada, né? Aí eu disse a ele que ele deveria decidir o que queria ser, o que preferia fazer, e começar a trabalhar no sentido de virar aquilo. Voltasse a estudar, fizesse um curso, sei lá. O que não podia era ficar só reclamando de ser algo que não queria ser! Ele se calou o restante da viagem. Tomara que tenha pensado no que eu falei e tenha encontrado o caminho para ser mais feliz.
O oposto foi um taxista de cooperativa que me levou para o trabalho um dia desses. Ele adorava sua profissão. Tinha sido professor primário por algum tempo e não tinha se adaptado. Pensou no táxi como alternativa e se encontrou. Achei um barato! Não me incomodo de andar no carro dele. #8)

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