domingo, 21 de novembro de 2010

Espaço vital e educação

Tem gente que não tem noção do conceito de espaço vital. Os caixas de farmácia são um exemplo: você ainda está guardando seu troco, ou cartão, e eles já estão chamando o próximo, que vai ter que dividir o espaço mínimo do balcão com você, que ainda nem pegou sua sacola ainda (ou pegou correndo, de qualquer jeito, porque já sabe que vem o próximo aí). Aí, ou você se afasta do caixa, indo para a porta da farmácia com a bolsa ou a carteira aberta (arriscado), ou fica mesmo no caminho da outra pessoa, se espremendo para deixar ela invadir o seu espaço vital.
Uma vez eu vi uma cena bizarra. Eu era a terceira da fila de uma farmácia no centro, quando a caixa 3 chamou o próximo. A primeira pessoa da fila era uma mulher que, quando viu que o recém-atendido ainda estava guardando o dinheiro na carteira, não se mexeu. O homem que estava atrás dela simplesmente a contornou e foi para o caixa. Ela protestou imediatamente: está furando a fila? E ele respondeu: você não foi! A caixa tentou dar razão ao homem: eu mandei a senhora vir, e a senhora não veio. Ao que a mulher respondeu: você não manda em mim! Aí, infelizmente, ela perdeu o rumo da discussão... Mas estava, na minha opinião, coberta de razão. A caixa não tinha noção de espaço vital e o homem era arrogante e mal educado. Arrogante porque assumiu que a mulher era otária (que eu lembre, ela era loira, o que causa grande preconceito nos homens arrogantes) e mal educado porque não perguntou para ela porque ela não estava atendendo o chamado da moça do caixa.
Sempre que alguém cede a vez na fila, ela fala, não é isso mesmo? "Pode passar, estou esperando tal-e-tal-coisa-ou-pessoa." Se a pessoa não falou nada, ela pode não ter ouvido que era sua vez, então, não nos custa alertar, em vez de sair assumindo que podemos passar a frente. Essa semana, tive um exemplo de pessoa educada. Fui ao McDonald's e tinha uma daquelas mocinhas com prancheta que te perguntam, na fila, o que você vai querer, para agilizar o trabalho do caixa. A mocinha que estava na fila que eu peguei não estava ao lado da fila, estava na fila em si, de costas para o último cliente. Enquanto minha amiga, que estava na minha frente, pensava no que ia querer (note, a tal mocinha da prancheta não deixou nem a gente chegar direito, mal entramos e escolhemos a fila, lá veio ela: posso oferecer uma promoção não-sei-das-quantas?), chegou uma senhora que escolheu a nossa fila. A mocinha da prancheta, como estava de costas para a fila, não viu que ela andou, e aí ficou um espaço entre o último da primeira parte da fila e ela, que iniciava a segunda parte. A tal senhora, educadamente, me perguntou se estávamos na fila. É assim que se faz! Se tem um buraco na fila, você estranha e pergunta, não sai achando que é seu aquele espaço.
Eu me repito um pouco com minha mania de protestar contra falta de educação, mas é que o Rio está demais! Quem sabe os meus textos fazem cair algumas fichas?

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